sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

DEPOIMENTO - SERGIO YOSHISATO!!

Que venha 2009!!
Se 2008 foi um ano de esperanças, alegrias e esforços...
2009 vem para ser um ano positivo, cheio de realizações e muita amizade!!!

Começamos o ano, com um testemunho do Sergio Yoshisato. Colaborador do ANHANGUERA NIKKEI CLUBE desde 1987, foi e é um dos grandes talentos da anotação no Brasil.
Teve em seus filhos a grande motivação dentro do esporte. Sorte de Fernando, Raquel e Paula, que cresceram nesse esporte e hoje são o que são. Vale a pena ler!!!!






Sergio Yoshisato(esquerda) de volta ao campo, e Renato Takauti, jardineiro central da equipe adulta.









" Depois de mais ou menos 3 anos, a convite do Iti que encontrei nos jogos do Waseda X Keio no Bom Retiro, fui visitar os velhos companheiros do Anhanguera.

Naquele dia estava acontecendo a 3ª rodada da Copa Yamato de Beisebol Adulto, no qual tive oportunidade de fazer anotação de Bent e matei saudades !

Após o Jogo..., A alegria !!! o Anhanguera continua o mesmo clube de antigamente....Vamos sentar de baixo do Quiosque (novidade para mim, mais recente aquisição do ANC) tomando cerveja e jogando conversa fora...
Foi nesta ocasião que o Akasaka veio me perguntar como é que faziamos para encontrar garotos e garotas com idade de 8 a 12 anos para montarmos equipe de base do ANC.

Na ocasião pensei um pouco ...e veio a lembrança...de como entrei no Beisebol...Não respondi nada, mas agora, relembrando, posso dizer que o Beisebol é uma FILOSOFIA DE VIDA ! E a melhor forma de chamar crianças para participar, é contando estorias que nem a minha, para tazer os pais a frequentar este periodo maravilhoso , que é a idade de 8 a 16/17 anos de nossos filhos e participar ativamente como tem feito o Akasaka, Sergio Sato, Yamashita, Sensei Nakamura, Miya, Shiraishi,Itikawa,Fugi, Angelo Frigo...Enfim, todos os pais que continuam no Beisebol.

O relacionamento de minha vida com o Beisebol posso dividir em 3 etapas :

1) A primeira vez que ouvi falar de Beisebol eu tinha 10 a 12 anos (vou fazer 60 este ano), morava no bairro da Liberdade, mais precisamente na Rua Conde de Sarzedas.E fui convidado a conhecer um clube de um amigo que morava na Rua Santa Luzia, ele frequentava e jogava, pois o pai dele era técnico. Seu nome era Frederico Rei Hongo e o pai dele era o Sensei Hongo muito conhecido pelos jogadores do São Paulo Beisebol Clube. Depois vim saber que foi naquela época surgiu um jogador conhecido até hoje pelo apelido de "Indio" ,que nada mais é do que o Sr. Helio Omori, irmão do Sr. Carlos Omori, e foi varias vezes convocado pela Seleção Brasileira.
Conheci também o Ailton e Silvio Taira e o Jaime e Paulo Tanaka todos Jogadores do São Paulo. Unica lembrança que tenho desta época é que fui assistir o Jogo do Brasil X Venezuela no Bom Retiro, dos jogos Panamericano realizado em São Paulo em 1963, e de um jogo que foi realizado no campo do Coopercotia na Av. Francisco Morato na Vila Sonia (é sim o Cooper era na Vila Sonia antigamente)

2) A segunda vez que o Beisebol entrou em minha vida foi no final da decada de 60 e decada de 70, foi em 1969 quando entrei em uma empresa que fabricava maquinas texteis e chamava-se HOWA do Brasil Ind. Mec. Esta empresa foi de um dos maiores "Yakiu Kitigai"... que conheci chamava-se Sr. Seigui Fujihira. Ele montou uma equipe de Beisebol nessa década considerada imbatível e tinha nove jogadores na Seleção Brasileira. Eram feras como Mitsuyoshi Sato, Kazuo Muraoka, Antonio Shinohara, Noboru Nakashima, Paulinho Tsujiguchi, Nakahori (Bororó), Yamammoto, os velhos Fukusen, Kabaya,João Odajima depois os novos Celso Ogata. Enfim, toda vez que eu ia procurar pelo Muraoka... não está foi treinar...Eles treinavam 2ª4ª6ª e jogavem sabado e domingo. Nesta época tive oportunidade de assistir vários jogos principalmente da Central onde a rixa era muito grande entre o HOWA E KANEBO. Quantas vezes o Sr Fujihira enviava onibus para Sao Paulo para levar-nos
para Mogi das Cruzes e Sao Jose do Campos para assistir estes jogos...
Desta época tenho um estoria para contar...Meu chefe naquela época chamava-se Naoki Katsuragawa.Ele era muito eficiente, esforçado, dedicado mas não era muito prestigiado pelo patrão. Depois de algum tempo trabalhando na Howa, vim saber porque...No inicio da decada de 60 o Sr Fujihira estava começando a montar o Time do Sonho...Em 1963, o Naoki ja trabalhava na Howa, no escritorio central em São Paulo. Foi ai que veio uma carta da Federação Paulista de Beisebol, convocando o Sr Naoki Katsuragawa de Piedade para seleção Brasileira de Beisebol nos Jogos Panamericano de São Paulo. O homem ficou doido ! como ? eu estou montando um super time e tenho um funcionario a nivel seleção e não estou sabendo ? mande o Naoki ir treinar em Mogi...Só que o Naoki não foi.
Tinha mais um jogador que trabalhava na CIBRAM, empresa coligada da Howa que acredito não tenha jogado na Howa pois quando reincontrei na decada de 80 ele estava treinando uma equipe duas vezes concorrente da Howa... Seu nome era Walter Nakagawa,ele era da Toyota que depois virou Nippon Blue Jays...

Equipe pré infatil 2008.

3) A terceira fase da minha vida com o beisebol foi a que efetivamente me embrenhei de cabeça. Foi em 1987, quando meu falecido cunhado Tsuyoshi Amano convidou-me para levar o meu filho Fernando de 7 anos a treinar beisebol no Anhanguera Nikkei Clube pois o filho dele Marcelo de 6 anos ja estava treinando junto com os primos filho do Teramoto, Renato, Dalton e Marcio.
Lembro ainda hoje o 1º dia de treino do Fernando, o Sensei Kobayashi muito sutilmente veio me pedir ajuda para fazer Catcher Ball com a mulecada. A maior satisfação é ver o seu filho crescer, desenvolver e participar com voce todos os sabados e domingos. Lembro do 1º dia que jogamos contra um time. Saimos de caravana com varios carros até Diadema um campo de Beisebol dentro de um empresa chamado TOYOTA. Perdemos aquele jogo de 36 a 1. O Massita, pai do Luizinho pensava que este jogo era igual basquete o placar era kilometrico. Quando marcamos o 1º e o unico ponto, o PARANA pai do Gilberto Egashira "soltou 1 rojão".
Enfim,participamos de todos os momentos tristes e alegres dos nossos filhos, acompanhamos o seu desenvolvimento e vimos crescer juntos. As mães
cozinhando e os pai ajudando os tecnicos...
Lembro de uma estoria do Sensei Kobayashi que aconteceu com um de seus garotos que perdeu seu pai, e o garoto começou a faltar aulas e andar com ma companhia, foi quando os seus companheiros foram ajuda-lo. Contaram para o Sensei ," Sensei, nós fomos fazer caba* para aquele garoto " - *(Pra quem não sabe caba é ajudar a proteger o companheiro daquela posição para que a bola não passe.)
Hoje meus filhos Fernando (28), Raquel(27) e Paula(24) estão formados por incrivel que pareça, ainda estamos saindo juntos, para ir ao cinema, teatro, alguma atividade social enfim, conheço muitos pais que ficam com dor de cotovelo por isso.
Mas , fico vendo esta Copa Yamato por exemplo o campeonato é para Seinen mas tive a satisfação de ver o Dr Kirihara e senhora acompanhando seus dois filhos, um jogando pela Medicina outro jogando pelo Cooper.
Por sinal, o que pude ver e sentir no Beisebol, foi que a maioria dos atletas conseguiram boa formação escolar por exemplo : no Anhaguera : A filha do Shiraishi - Karen - medicina USP, filha do Miya -Denise -Engenharia -UNICAMP filha do Jose Carlos - Oceanografia -USP - fora os Filhos do Yamashita, do Martinho - Bruno que hoje é Juiz de Direito, (parabens Martinho e Keiko , este era o objetivo dele desde quando era criança) lembro que quando ele prestou vestibular para Direito na USP, falei Direito ? ele não é muito quieto para advogado ? não o negocio dele não é advogacia é Juiz. Conseguiu...
Enfim, (respondendo a pergunta do Marelo e do Akasaka) acho que o grande argumento para trazer novos atletas para o ANC é mostrar aos pais que o ANC é uma familia em que os pais acompanham os filhos, justamente na idade em que ele mais precisa de 8 ate 17 anos ensinando disciplina, respeito, companherismo"

Abraço

Sergio Yoshisato

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